terça-feira, 30 de setembro de 2008

Acontece que belas palavras nem sempre amarram um coração.

Batata da Bia: um cara que deixou de ser poeta após uma desilusão amorosa.

Acontece que belas palavras nem sempre amarram um coração.
Eu tinha uma musa, assim como todo poeta. Ela não se parecia com a mulher ideal do Álvares de Azevedo, mas era bem branca... tão branca que dava para ver o sangue correr pelas veias.
De tanto cismar em ser poeta, consegui conquistar os quadris inquietos da bela jovem.Fui dos quadris aos pés, dos pés aos seios, dos seios aos lábios, dos lábios aos nervos.
Ela sempre se mostrava gentil e sedutora, mas me deixava claro que naquele idílio amoroso não seria apenas uma amadora. Fui amando intensamente, destruindo o corpo dela como um furacão. E fui deixando a casa toda desarrumada para que ela não pudesse colocar os pés no chão.
Acontece que belas palavras nem sempre amarram um coração. Ela gostava de amar lento, pedia moderação, mas como eu poderia me desintoxicar aos poucos se estava loucamente sedento?
Acontece que belas palavras nem sempre amarram um coração. De desespero e paixão,sufocava minha bela musa sem qualquer preparação. Ela, todavia, uma grande vadia, fez questão em me mostrar o caminho da decepção.
É por isso que agora digo que belas palavras nem sempre amarram um coração.
Flora V.
Minha batata: quero uma história sobre as últimas horas de Machado de Assis (é para inventar mesmo).