sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Memes 1/5 *-*

Batata escrota da Aline: responder todos os memes do Batata.

Sou uma das pessoas que mais adora ambigüidades e sei que a Aline pode não gostar, porém, não tendo especificado em sua batata escrotinha se queria os memes que havíamos recebido em conjunto - não consta nenhum - ou em partes - cada uma de nosotras -, 'fiz como vai':

1° Meme
Passado pela Yaas à nossa querida Darshany, em 25/12/2008.
Regras:
1- Agarrar o livro mais próximo
2- Abrir na página 161;
3- Procurar a quinta frase completa;
4- Colocar a frase no blog;
5- Não escolher a melhor frase, nem o melhor livro!
Utilizar mesmo o livro que estiver mais próximo;
6- Passar para cinco pessoas!
Livro: As Aventuras de Pinóquio - Carlo Collodi
5ª frase completa da pág. 161:
«E assim falando, Pinóquio e Gepeto seguiram tranqüilamente pelo seu caminho; até que, depois de mais uns cem passos, viram no fundo de uma trilha, no meio dos campos, uma bonita cabana toda de palha, e com o teto coberto de telhas.»
Repasso o meme para todos que estão se sentindo eternascrianças hoje.

PS: biadebarros está com a vida muito corrida. Mas sendo apenas a quinta parte do MSBatata, repassa a batata da Aline para os demais quintos desse tubérculo comestível. Assim, ao final, teríamos cerca de cinco memes por aqui... Got it, ladies? Boa sorte, beijos! ^.~

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Vinte anos

Batata da Darsh: Um amor de (pré)adolescência que ressurge aos 20 anos.

Sandy e Júnior - Quando você passa



Vinte anos

“- Olha. Meu tio é policial. Se você continuar me batendo eu vou pedir pra ele te prender.
- Grande coisa! O meu pai é advogado e eu vou mandar ele prender você continuar implicando comigo.
- Você é uma boba mesmo!
- Você que é bobo e chato!
- Horrorosa!
- Eu não quero mais namorar com você!
- Nem eu!
- NUNCA MAIS APARECE NA CASA DA MINHA AVÓ PRA ROUBAR FRUTA POR QUE EU NÃO QUERO TE VER!
- A minha mãe compra fruta pra mim.”


O namoro dos dois terminou assim, quando eles tinham cinco anos de idade. Amanda namorava Tiago desde os quatro, mas eles só se viam quando ela ia na casa da avó, que ficava no litoral. O menino loirinho morava na casa de baixo e era uma graça. Os dois se implicavam e andavam de mãos dadas.
Ficaram brigados pelo menos até os oito anos. Depois se juntaram para incomodar todos os vizinhos. Aos doze, descobriram que os dois tinham mais em comum do que o fato de serem ambos adolescentes esquisitos. Trocavam olhares e lembravam do namoro besta de criança. Se achavam muito adultos e acabaram trocando um beijo em baixo de uma árvore. Era a coisa mais esquisita e gostosa do mundo essa coisa de beijo sem mãe saber. Causava sorrisos e timidez. Mantiveram-se beijando-se por todo o mês das férias dela.
Quando Amanda voltou ao litoral, Tiago já não morava na casa de baixo nem roubava frutas. Foi sua primeira decepção, com doze anos e meio – quase treze.
Amanda começou a faculdade com dezoito anos e teve seu primeiro namoro realmente sério nesta mesma época. Com vinte, estava solteira de novo.
Foi numa dessas calouradas que ela viu de relance uma pessoa loira que parecia conhecida. Trocaram olhares e a cerveja gratuita os aproximou.
- Amanda, prazer.
- Tiago.
- Tiago de onde?
- Amanda!
- Tiago!
Abraços e risadas, mais conversa do que tudo. A vida posta em dia, relatada com fidelidade e muitas omissões de ambas as partes. Os dentes de ambos não se continham na boca. Encontrar o amor de infância em uma festa do curso não é coisa de todos os dias. Sorrisos!
Nenhum beijo.
Trocaram contatos e se conversaram por uns meses. Foi quando ela foi para a casa da avó e os dois marcaram de se ver num bar perto da praia.
Muitas risadas e piadas bestas. Ambos tinham se tornado bonitos e interessantes (mais do que o que podia ser previsto por ambos).
Sentaram-se à beira-mar com dois cocos e comentaram as estrelas pra evitar os olhos. Depois concordaram que dos antigos amigos, tanto ela era a mais bonita quanto ele era o mais bonito.
- Mas olha, a Júlia sempre foi bacana.
- Amanda, a Júlia sempre foi uma besta. Bestas não me atraem.
- Eu era o que?
- Sei lá. Eu era o que? – ele perguntou e ela olhou pra baixo meio sem saber o que responder, meio sem querer falar o que queria.
- A gente podia se beijar agora. – ele disse em tom de piada.
- É. E aí a gente teria coisas divertidas pra fazer, afinal de contas, aqui nunca tem nada pra fazer.
- Bom. A gente também pode jogar videogame.
- Eu não tenho.
- Quer jogar lá em casa?
- Até parece que eu vou na sua casa, Tiago.
- Qual é! Eu não vou te atacar. A minha mãe está lá.
- Não. Acho melhor a gente se pegar mesmo. Eu sou péssima jogando videogame.
- Tudo bem.
- Mas se bem que Mário eu gosto! – Amanda falou num tom mais alto pra tentar não ficar sem graça.
- O legal é que nós dois estamos brincando mas sabemos exatamente onde isso vai dar.
- Eu não sei não.
- Tem certeza? – ele disse, sorrindo e se aproximando devagar do rosto dela até ficar quase colado.
A respiração dela ficou forte e ele ainda apenas sorria a menos de um palmo da boca dela. Amanda – sempre falante – nem sabia o que dizer. Ficaram os dois mudos e ele terminou de se aproximar.
Se beijaram à beira mar sob um céu muito bordado de estrelas.
Então foi mais um mês de beijos, mãos, bocas e pernas.
Por Aline Dias


Minha batata escrota: responder todos os memes do Batata.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Vienna.

Batata de Aline: continuar essa história, com os mesmos personagens e uma música-tema que tenha vindo de filme de comédia romântica.

E a história é...

... Vienna.

(Música: Billy Joel - "Vienna", do filme De Repente 30)




Melina e Carlos voltaram a se ver. Não era como ela planejara, pois queria se fazer de difícil. Gostava de ser melodramática. Mas algo em Carlos a fazia ser tudo que não era. Naquela manhã, ao escrever o poema misterioso, pensou em sumir algumas semanas e depois aparecer no mesmo bar. Mas não conseguiu. Ela ligou no mesmo dia.

"Sentiu minha falta?", perguntou.
"Cada segundo", Carlos respondeu.

Melina não estava acostumada com isso, e foi só ele dizer aquilo que ela voltou para lá na mesma noite. E todas as outras noites. Carlos fazia um poema diferente para cada momento. Eles pareciam apaixonados. Ela nunca havia ficado tão de quatro por uma pessoa antes. Costumava ser a que quebrava corações, e no entanto ela estava correndo o risco de o seu próprio se quebrar. Mas já não pensava nas conseqüências, se entregou totalmente. Estava cansada de tentar evitar se apaixonar. Queria viver.

"Você vai ficar comigo pra sempre?", ela perguntou dois meses depois. Um silêncio de exatos 60 segundos se seguiu. Ela contou.

"Sim", ele respondeu, e lhe beijou a testa.

Melina sentiu alguma coisa desesperadora por dentro, mas não comentou. Acreditou no melhor, e se envolveu no abraço de Carlos até ele levantar da cama de lençóis cor de rosa.

"Preciso resolver algumas coisas, depois eu volto ok?"

"Ok".

Melina esperou a noite toda. O dia seguinte inteiro. E mais alguns. Ligava mais de dez vezes por dia, e nada. Resolveu ir até a casa de Carlos. Porque ele tinha feito isso? Prometeu que ficaria com ela para sempre. E agora havia sumido.

Quando abriu a porta, Melina quase desmaiou. O apartamento estava vazio. Ela percorreu todos os cômodos, tentando achar alguma pista, mas o vazio só se tornava maior, e ela sentiu sua cabeça rodar. Por um momento pensou que estivesse louca, e que havia sonhado os último meses. Talvez Carlos nunca tivesse existido. Essa era sua tentativa desesperada de sobreviver ao coração partido.

Foi quando chegou no banheiro, e não se sabe porquê, ela olhou atrás da porta. E lá estava.

Os poetas são melhores quando são apaixonados e não correspondidos. Os poemas só fazem sentido quando o sentimento é inteiramente singular, e eu não sei porquê, com você o sentimento não tem nem como contar. Te escrevo em prosa, porque os poemas já não são os mesmos, as rimas já não significam coisa alguma. Com você algumas coisas não fazem sentido. Mas saiba, sem você nada tem sentido. Nada. E o que é o nada para um poeta? A inspiração. Me desculpe. Precisei sair, precisei fugir, sumir. Viajei para escrever um livro. Primeiro e último. Único. Dê uma olhada ao seu redor. Vienna espera por nós.

E então Melina viu, em cima da bancada da pia, um envelope. Abriu, e dentro dele havia uma passagem só de ida para a Áustria, para o fim do ano.
Carlos havia sumido, mas queria ser encontrado.

Por Darshany L.


Minha batata: um amor de (pré)adolescência que ressurge aos 20 anos.