domingo, 9 de novembro de 2008

Bus.

Batata da Aline: "Uma mulher jovem, bonita, engraçada e inteligente que se envolve com um cara mais velho que ela por conta de um jogo de sedução que começou como brincadeira. E uma trilha sonora de Caetano ou Cazuza."

Cazuza - O nosso amor a gente inventa


Ele parecia um modelo. Eu tinha vontade de chegar para ele e dizer: meu filho, vai ser protagonista de seriado americano, vai. E virou assim, uma paixão meio platônica. Não vou dizer que sou uma mulher jovem, bonita, engraçada e inteligente, porque eu não passo de uma garota bonita, engraçada e inteligente. E como eu me perdi completamente por um cobrador de ônibus, é a história contada aqui.

Ele não era tão mais velho assim. Devia ter 25 anos talvez? Talvez. A verdade é que nunca soube. Tudo começou numa noite, quando eu voltava da escola. Deve ter sido paixão à primeira vista, mas não tenho certeza, porque nunca senti e essa foi a única vez. Meu coração acelerou e não entrava na minha cabeça como um cara tão bonito daquele jeito podia ser cobrador de ônibus. Durante todo o caminho para casa, não consegui tirar os olhos dele, até que ele percebeu e eu tentei disfarçar.

Assim foi durante vários dias, eu olhava, e quando ele percebia, desviava. Me sentia ridícula. O que ele devia pensar de mim? Gravei os horários dele, e perdia o ônibus de propósito só para vê-lo. Depois de um tempo, ele passou a sorrir para mim. Eu não sabia se era exatamente para mim, mas preferia acreditar, e sonhar depois quando fosse dormir. Meu Deus, ele era lindo demais.

Comecei a tentar traçar estratégias para começar um diálogo. Mas eu não conseguia. Porém aquela brincadeira toda de olha-desvia-sorri estava me dando nos nervos. Chegou a um ponto em que eu precisava dele tanto, que não via nenhuma outra possibilidade na minha vida, a não ser aquele cobrador de ônibus com cara de modelo.

E, talvez por ter percebido essa minha loucura, ele veio até mim. De tantas formas que, aqui deitada ao seu lado, enquanto ele dorme com sua face colada em meu colo, chego à constatação de que realmente estou perdida.


Por Darshany L.

Minha batata: uma festa, um encontro, tequila e beijos.