sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Vienna.

Batata de Aline: continuar essa história, com os mesmos personagens e uma música-tema que tenha vindo de filme de comédia romântica.

E a história é...

... Vienna.

(Música: Billy Joel - "Vienna", do filme De Repente 30)




Melina e Carlos voltaram a se ver. Não era como ela planejara, pois queria se fazer de difícil. Gostava de ser melodramática. Mas algo em Carlos a fazia ser tudo que não era. Naquela manhã, ao escrever o poema misterioso, pensou em sumir algumas semanas e depois aparecer no mesmo bar. Mas não conseguiu. Ela ligou no mesmo dia.

"Sentiu minha falta?", perguntou.
"Cada segundo", Carlos respondeu.

Melina não estava acostumada com isso, e foi só ele dizer aquilo que ela voltou para lá na mesma noite. E todas as outras noites. Carlos fazia um poema diferente para cada momento. Eles pareciam apaixonados. Ela nunca havia ficado tão de quatro por uma pessoa antes. Costumava ser a que quebrava corações, e no entanto ela estava correndo o risco de o seu próprio se quebrar. Mas já não pensava nas conseqüências, se entregou totalmente. Estava cansada de tentar evitar se apaixonar. Queria viver.

"Você vai ficar comigo pra sempre?", ela perguntou dois meses depois. Um silêncio de exatos 60 segundos se seguiu. Ela contou.

"Sim", ele respondeu, e lhe beijou a testa.

Melina sentiu alguma coisa desesperadora por dentro, mas não comentou. Acreditou no melhor, e se envolveu no abraço de Carlos até ele levantar da cama de lençóis cor de rosa.

"Preciso resolver algumas coisas, depois eu volto ok?"

"Ok".

Melina esperou a noite toda. O dia seguinte inteiro. E mais alguns. Ligava mais de dez vezes por dia, e nada. Resolveu ir até a casa de Carlos. Porque ele tinha feito isso? Prometeu que ficaria com ela para sempre. E agora havia sumido.

Quando abriu a porta, Melina quase desmaiou. O apartamento estava vazio. Ela percorreu todos os cômodos, tentando achar alguma pista, mas o vazio só se tornava maior, e ela sentiu sua cabeça rodar. Por um momento pensou que estivesse louca, e que havia sonhado os último meses. Talvez Carlos nunca tivesse existido. Essa era sua tentativa desesperada de sobreviver ao coração partido.

Foi quando chegou no banheiro, e não se sabe porquê, ela olhou atrás da porta. E lá estava.

Os poetas são melhores quando são apaixonados e não correspondidos. Os poemas só fazem sentido quando o sentimento é inteiramente singular, e eu não sei porquê, com você o sentimento não tem nem como contar. Te escrevo em prosa, porque os poemas já não são os mesmos, as rimas já não significam coisa alguma. Com você algumas coisas não fazem sentido. Mas saiba, sem você nada tem sentido. Nada. E o que é o nada para um poeta? A inspiração. Me desculpe. Precisei sair, precisei fugir, sumir. Viajei para escrever um livro. Primeiro e último. Único. Dê uma olhada ao seu redor. Vienna espera por nós.

E então Melina viu, em cima da bancada da pia, um envelope. Abriu, e dentro dele havia uma passagem só de ida para a Áustria, para o fim do ano.
Carlos havia sumido, mas queria ser encontrado.

Por Darshany L.


Minha batata: um amor de (pré)adolescência que ressurge aos 20 anos.

20 comentários:

Lari Bernardi disse...

Darsh... você é brilhanteee!!!

Linda demais a hitória...

;*

P.s.: quando tu publicar um livro, eu quero o meu com autografo e dedicatória....

Ana disse...

Poxa, gostei demais dessa continuação ! Bem, uma história com final completamente feliz já não é tão legal assim :) Esse final (é o final?) foi perfeito !

Beeijo ;*

Aline Dias disse...

eu te odeio por esse final.

Aline Dias disse...

também te odeio pela batata.

Anônima disse...

adorei o final ;]

Darshany L. disse...

aline, eu esperava um elogio.

mas tudo bem.


(sim, é o final da estória. eu acho)

Aline Dias disse...

ficou bacana.

Amanda Marques disse...

aaah adorei isto! rsrs
escrevee beem pakas, tinha q ser amiga minha! HAHAHAHA

;)

Aline Dias disse...

o mais legal é que ela contou o tempo do silêncio.

Darshany L. disse...

não tinha pensado nessa perspectiva.

Talita S. disse...

Aain,essas batatas românticas são tão lindas *-*

;*

Késia Moura disse...

Ah, vou comentar aqui também.
Oh, também queria ser sua amiga.. uhshusa
Vc é MARA,escreve perfeitamente..
Se um dia escrever um livro também vou querer dedicatória e autografo.:P

Sabia da batata, mas havia tempo que não passava aqui.

Beijos a tds as Batatas. =D

- Moisés Correia - disse...

Lá fora chove o calado momento
Que repassa na alma, ansiedades…
Saltam inquietas chamas de dentro
Do meu peito, alagadas saudades

Um fim-de-semana ensopado
De paz e harmonia…
De coração ornamentado
De muita alegria

O eterno abraço…

-Manzas-

Fernanda disse...

como já dizia vinicius de moraes eu acho:
o poeta só é grande se sofrer.

Anônimo disse...

lindo texto!!!

bia de barros disse...

Se toda continuação de filme fosse que nem essa continuação de história, darshany, a gente teria bem menos remorsos de ir ao cinema na vida...

Te amo, sua sonhadora linda!
*bjO*

Yaas disse...

Daaaarsh, to arrepiada aqui.
Arrasou menine.
Lindo o texto, e conseguiu fazer com que um final feliz não ficasse clichê (?)
LINDO! Amei.
beijos :*

Kel disse...

Queee fofo! Meigo e triste.
Primeira vez aqui no batata! Voltarei mais vezes, estou adorando as histórias!
beijos! :*

Bianca Azenha disse...

Perfeito, quase chorei no final!! rs

Beijos!

Késia Moura disse...

Tem um Presentinho pra você no meu Blog espero goste!!
Por seu blog ser MARA